As mães também precisam de limites, explica especialista em CNV

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Toda relação saudável precisa de limites. É comum vermos frases como “Toda mãe é igual”, “Toda boa mãe é chata”, “Toda avó é intrometida”, “Sogras são insuportáveis”.

“Tenho certeza de que na maioria dos casos a intenção das mães invasivas, julgadoras e intrometidas é boa, vem de um lugar de proteção e zelo, ou excesso dele.  Mas intenção é diferente de impacto. Quando acontece a violação do espaço pessoal da filha ou filho isso pode gerar um mal-estar e desgaste na relação. E claro que uma relação tão íntima desgastada gera também sofrimento”, explica Diana Bonar, especialista em Comunicação não Violenta (CNV).

Segundo Diana, a violação do espaço pessoal acontece quando as mães tendem a dar palpites em excesso sobre a educação dos netos, sobre o relacionamento amoroso dos filhos/as, quando visitam suas casas, por exemplo, sem avisar, principalmente quando são casados, quando menosprezam a capacidade deles de formar a própria opinião e gerirem as suas vidas.

Para a especialista, todo esse comportamento que invalida e invade a vida do outro acaba gerando mais conflitos do que soluções.

Como está chegando o mês das mães, Diana elencou algumas dicas de comportamentos. Anote:

  1. Confie na educação que você deu a seu filho ou filha e permita que ele (a) aprenda com a própria experiência, caso dê errado o seu colo será bem-vindo.
  2. Se você está muito preocupada com alguma situação ou relação dos seus filhos, ao invés de dar pequenos palpites de forma frequente ou causar alguma implicância, busque chamá-lo(a) para uma conversa franca para compreender melhor a situação e colocar o seu ponto de visa. Desta forma, você será autêntica sem invadir o espaço do outro. Busque ouvir primeiro, e tenha em mente que cada pessoa é feliz de um jeito.
  3. Busque manter uma relação de amizade e descontração também. Faça passeios que não sejam regados de recomendações e palpites. Isso pode fortalecer o vínculo e confiança entre vocês e cria maior abertura para que eles se sintam confortáveis para pedir sua opinião.
  4. Quando você se sentir triste ou sozinha, comunique os seus sentimentos sem a intenção de gerar culpa através da chantagem emocional. É melhor ter os filhos por perto porque apreciam a sua presença e não por culpa.
Diana Bonar
Diana Bonar, especialistas em comunicação não violenta

Para você que tem uma mãe autoritária ou que passa dos limites, a Diana também vai te ajudar com alguma dessas características:

  1. Limites saudáveis são importantes, e não significam desafeto.
  2. É possível colocar limites de forma amorosa. A Comunicação Não Violenta nos ensina a como ser assertivos (dizer aquilo que não está bom) e empáticos (zelo por quem recebe minha mensagem).
  3. Você só conseguirá comunicar os limites que são importantes para você quando souber quais são. Pense em situações que geram incômodo, julgamentos ruins, insatisfações, elas servem como pista para investigar os seus limites.
  4. Os limites são fluidos, como uma dança, não é algo rígido. Da mesma forma que sua mãe invade o seu espaço, pode ser que às vezes você invada o dela. Quando isso acontecer é possível dar um lembrete amoroso para que outro dê um passinho para trás.
  5. Ao invés de usar críticas ou ofensas ou grosserias em cada situação, identifique o que gera incômodo e chame a sua mãe para uma conversa franca, cuja intenção é melhorar o relacionamento. Lembre-se que praticar a escuta e empatia será importante para que você possa pontuar o que importante para você.
  6. Busque ter momentos leves juntas, aos olhos de uma mãe você ainda têm algo de criança.
  7. Sua mãe está envelhecendo e ela não estará aqui para sempre. Tenha isso em mente e invista em tempo de qualidade e harmonia entre vocês.

“Todo bom relacionamento precisa de conversas que importam. O óbvio para um, não será óbvio para o outro. Nem sempre sabemos quando estamos incomodando. Ao invés de se afastar, busque um diálogo franco e amoroso. E, lembre-se, não será uma única conversa que resolverá todos os hábitos de uma vida”,finaliza com essa mensagem Diana Bonar.

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