Do Azul e Branco ao Ouro Samba: A evolução da camisa da Seleção
Nessa semana a seleção lançou seu uniforme para a Copa do Mundo na Rússia, que vão vestir Neymar e Coutinho, batizado de Ouro Samba, o novo manto tem como destaque o amarelo mais vibrante em relação aos últimos exemplares. Mas a camisa da Seleção Canarinho nem sempre foi tão confortável e leve, e nem sequer tinha o famoso “amarelo”.
Foi em 1914 que a Seleção Brasileira desfilou pela primeira vez nos gramados, mas diferente do hoje característico amarelo, a Seleção vestia uma camisa branca com detalhes em azul. A estreia foi contra o Exeter City, clube da terceira divisão inglesa. Em 1916 o verde amarelo até apareceu em um segundo uniforme da Seleção, mais logo foi banido. Em 1919, a camisa branca com gola azul se firmou, e ainda ganhou o emblema da CBD em seu peito, permanecendo com esse design até 1953. Durante esse período tiveram ocasiões onde a Seleção jogou com a camisa azul e com a camisa vermelha, mas foram em jogos em que coincidia de ter uniformes parecidos com os de seus adversários.
Em 1954 nasceu a versão amarela. O desenhista e jornalista Aldyr Schlee venceu um concurso promovido pelo jornal carioca “Correio da Manhã”, e a partir daí o amarelo ficou atrelado com a imagem da Seleção Brasileira. Quatro anos depois a Seleção ganha sua primeira Copa do Mundo, e apesar de ter jogado a maior parte da competição de amarelo, foi com o uniforme reserva, o azul, que a Seleção levantou a taça, já que a Suécia, também finalista, jogava de amarelo e era a anfitriã do torneio. Esse primeiro modelo de camisa amarela ainda vestiu a Seleção em mais um título, o de 1962, e teve sua última aparição na Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra.
Em 1970 a Seleção ganhou seu tricampeonato no México, e vestindo uma nova versão de camisa, com um amarelo mais forte e com golas arredondadas. Em 1971, a fabricante de material esportivo Athleta fez o novo uniforme da Seleção, já com três estrelas acima do escudo. Em 1977, a CBD, hoje a CBF, assinou seu primeiro contrato com uma fornecedora de material esportivo, a Adidas, que já lançou uma camisa com sua marca registrada, as três listas no ombro. Em 1979, já como CBF, a Seleção passa a ter a Topper como sua fornecedora, que coloca seu logo na manga da camisa.
A Seleção de 1982, que encantou o Brasil vestia uma camisa característica, porém com um novo emblema. O escudo da CBF ganhou um desenho da Taça Jules Rimet após um concurso na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Para burlar a regra da Fifa, a marca Instituto Brasileiro de Café foi introduzido dentro do símbolo. Em 86, a camisa volta a ter a gola polo e pela primeira vez a marca de matéria esportivo (Topper) aparece na parte frontal. A pedido da Fifa, a marca do patrocinador sai de dentro do escudo da CBF.
Em 1993, agora com a Umbro como fornecedora, a camisa era de tecido sintético, tinha as letras CBF na manga, e a volta do escudo com a cruz templária, inspirada na CBD, escudo este, utilizado até os dias de hoje. Em 1994 veio a quarta conquista, e a Seleção vestia uma camisa com três grandes símbolos da CBF em marca d´água.
Em 1997, a Seleção fecha contrato com a Nike, fornecedora até os dias de hoje, que veio com uma camisa simples para a Copa de 1998, que agora teria 4 estrelas acima do escudo. Em 2002 veio o Penta, e a Seleção vestia uma camisa com muitos detalhes em verde. Aliás esse modelo foi utilizado por todas as seleções patrocinadas pela Nike, mudando apenas as cores. Depois do título a Nike promoveu algumas mudanças marcantes, como o círculo em volta do número no modelo de 2005, e a gola no estilo mandarim no modelo 2006. A Nike, aliás, é a fornecedora de material esportivo que mais tempo tem com a Seleção Brasileira, mais de 20 anos.
Com o passar dos tempos, as camisas se modernizaram, seguindo as tendências e a tecnologia para melhorar a performance dos jogadores. A Seleção chega a mais uma Copa do Mundo trajando sua memorável camisa amarela, conhecida como “Amarelinha”, trazendo consigo toda a história de conquistas para enfim conquistar o tão sonhado Hexa. Aliás, os prognósticos da Copa do Mundo 2018 estão dando o Brasil como um dos dois grandes favoritos. A nova camisa da Canarinha pode escrever mais uma página dourada.
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