Gravidez e variante Ômicron: o que saber?
Segundo ginecologista especialista em reprodução assistida, não há recomendações para adiar gestação neste momento
Os novos casos de Covid-19 e o aumento da infecção pela variante Ômicron no país preocupam as autoridades sanitárias. A possibilidade de uma coinfecção com a Influenza H3N2, chamada popularmente de “Flurona”, acende ainda mais esse alerta. Mas para as grávidas e tentantes, o conselho continua o mesmo: vacinação e cuidados redobrados. Segundo a ginecologista especialista em reprodução assistida, Dra. Adriana de Góes, não existe nenhuma recomendação da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia para que as mulheres adiem a gestação. “Quando se trata da saúde reprodutiva, nem sempre é possível esperar. Não há razão para atrasar as tentativas de gravidez ou os tratamentos de fertilização, principalmente agora que temos a vacina para nos proteger e minimizar o agravamento dos casos”, afirma.
Estudos mostram que os casos graves de Covid em gestantes, nos países onde a ômicron está disseminada, afetam prioritariamente aquelas que não estão vacinadas. Hoje, no Brasil, 58% das grávidas já estão com as duas doses do imunizante, segundo os dados do Observatório Obstétrico COVID-19. De acordo com orientações do Ministério da Saúde, as gestantes que apresentem qualquer tipo de comorbidade devem ser incluídas no grupo prioritário para a vacinação. A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida reforça ainda: não há indícios de que a vacina eleva o risco de contrair o coronavírus, já que nenhum dos imunizantes contra a Covid-19 utiliza o vírus vivo.
A ômicron, embora mais contagiosa que outras variantes, não oferece riscos extras às gestantes, além dos já conhecidos para a Covid-19. “Mantemos o mesmo grau de preocupação com as gestantes. Todo quadro infeccioso durante uma gestação gera risco de prematuridade do parto. Se a gestante tem alguma comorbidade, como diabetes ou obesidade, a preocupação é ainda maior”, explica a Dra. Adriana. “As grávidas têm uma limitação respiratória pelo grande volume uterino e doenças respiratórias agravam isso, ainda mais se pensarmos numa possível coinfecção de Covid e Influenza. Por isso, a vacinação para as duas doenças é altamente recomendável”. Assim como uso de máscara, preferencialmente N95, higienização das mãos e evitar aglomerações.
FIV
Embora a procura por congelamento de óvulos na pandemia tenha crescido consideravelmente, não existe qualquer contraindicação para as mulheres que querem fazer agora o tratamento de reprodução assistida “Diversas medidas vêm sendo adotadas nas clínicas para dar mais segurança aos pacientes. Por isso, as tentantes podem seguir com o tratamento dentro das orientações de segurança“, explica a especialista.
“As clínicas devem redobrar a limpeza do local, a desinfecção de ambientes e equipamentos. Além, é claro, de evitar aglomerações, fazer – e exigir – o uso de máscaras, como prevê a lei, e dar um maior espaçamento nos horários entre os pacientes”.
Por fim, a médica reforça que a hora é de prudência e de atenção para todos, tanto para os profissionais de saúde, quanto para os pacientes. “A cautela e a segurança são o segredo para seguirmos com os tratamentos de reprodução sem problemas. Tomar a terceira dose e manter os cuidados já regulamentados pelas autoridades de saúde é a orientação para este momento“, finaliza.
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