Miss não se cala e faz ensaio de protesto
A modelo Bruna Takaki, de origem nipônica, tentou se candidatar ao concurso de Miss Nikkey, que acontece anualmente mediante seleção estadual.
Ela tentou candidatar-se pelo estado de Goiás, mas alegaram que não seria feita seletiva no Estado e solicitaram para que a candidata fosse pela coordenação mais próxima, ou seja o Distrito Federal, o que já fez com que a modelo tivesse sua primeira surpresa pois o regulamento divulgado é claro ao falar que no local onde não houvesse seletiva seria feita nomeação por indicação da associação nipônica local ou indicação da coordenação nacional após uma análise das fotos e de uma entrevista que seriam enviadas, obrigatoriamente, no momento da inscrição no concurso.
A candidata acolheu a solicitação da coordenação nacional e inscreveu-se para o concurso no Distrito Federal, devido à proximidade do concurso, e por não receber qualquer contato da organização local, a modelo entrou em contato com o organizador do concurso Miss Nikkey DF 2016 para buscar maiores informações. Foi quando teve sua segunda e maior surpresa: o organizador respondeu o e-mail informando que a candidata não poderia concorrer por já ter sido Miss Nikkey DF em um ano anterior, pois essa seria uma vedação prevista no regulamento do Miss Nikkey, e como a organização local está vinculada ao concurso nacional não poderiam fazer nada, justificando-se por apenas cumprir as regras do nacional.
Com essa resposta a modelo procurou no regulamento divulgado no momento da inscrição onde estaria a justificativa dada pela organização no concurso Miss Nikkey DF para o veto de sua candidatura, já que quando foi se inscrever a candidata leu e releu todo o regulamento para atender a todos os pré-requisitos para a inscrição e poder realizar seu sonho de representar seu país como a Miss Nikkey Brasil. E não encontrou a justificativa dada pela organização.
Novamente a modelo buscou a organização para questionar sobre tal item do regulamento e na resposta teve mais uma surpresa: o organizador enviou o regulamento ao qual segundo ele estão vinculados, e ao ler esse regulamento ficou ainda mais espantada já que o regulamento divulgado e o regulamento ao qual a organização local está vinculada são completamente diferentes. Nessa hora a, agora, candidata vetada, percebeu que mudanças foram feitas somente para garantir a sua não participação no concurso demonstrando claramente a perseguição da organização nacional para vetar de qualquer maneira sua participação no concurso Miss Nikkey Brasil 2016, já que rasgaram o regulamento divulgado por duas vezes como forma de vetar a chance da modelo participar do concurso nacional. Na primeira descumprem o regulamento e não realizam a nomeação de uma candidata para o estado em que não houve seletiva e na segunda alteram o regulamento da forma que melhor convêm à coordenação para impedir uma candidatura, sendo que em várias outras edições do concurso Miss Nikkey Brasil algumas das candidatas já haviam sido as vencedoras do Estado que estavam representando.
Por se tratar de um concurso feito durante os festivais do Japão e ter toda uma temática oriental questiona-se onde está o compromisso com a honra, a dignidade e com a honestidade, valores tão presentes na cultura oriental, por parte da coordenação nacional? Como pode uma coordenação alterar o regulamento de um concurso em andamento, quando bem querem, e não realizar qualquer divulgação do mesmo? Seria essa uma forma de prejudicar candidaturas, ou um modo velado para escolherem a vencedora antes mesmo da realização do concurso?
A miss que não se cala realizou seu ensaio de protesto como forma de demonstrar não somente a sua frustração e indignação por ter sido vetada, mas também para demonstrar a todas as outras candidatas que tiveram seus sonhos frustrados por essa coordenação, e quem sabe quantas mais não fazem o mesmo, que não devem ter medo de represálias e ficarem caladas. Em um país onde vivemos recentemente a prova de que todos devem buscar seus direitos, já que a pressão popular teve um forte impacto na decisão do Congresso Nacional ao afastar a presidente do país, também no mundo da moda as modelos que se sujeitam aos duros requisitos dos concursos de beleza não devem se calar diante das irregularidades e perseguições das coordenações que fazem alterações na surdina para prejudicar candidatas e quem sabe já não escolhem a vencedora antes mesmo do concurso ser realizado?
Fica aqui o triste questionamento da Miss que não se cala e clama por mais justiça e transparência nos concursos de beleza.
Via Coordenação Bruna Takaki | Dr. Felipe Brum (Assessor Jurídico), Pedro Magalhães (Coordenador).
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